domingo, 21 de junho de 2009

Os 100 anos de Chico Xavier - Novidades para 2010

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Os 100 anos de Chico Xavier - Novidades para 2010



O aniversário de 100 anos de Chico Xavier, comemorado em abril de 2010, será celebrado com um congresso aberto aos seguidores de todo o país.

Trata-se do projeto Centenário de Chico Xavier, desenvolvido pela Federação Espírita Brasileira (FEB) com o objetivo de enfatizar a obra de Chico Xavier e contribuir com a preservação de sua memória.

“A mediunidade dele foi natural”, comentou o diretor da FEB, César Perri. “Ele via e conversava com espíritos desde criança. Era uma pessoa muito simples, de coração aberto.”

As homenagens incluem ainda a produção de um documentário com depoimentos, realização de eventos regionais e dois filmes baseados em textos psicografados por Chico.




Um filme em especial terá a missão de retratar a vida do médium conhecido mundialmente.

Baseado no livro “As Vidas de Chico Xavier”, do jornalista Marcel Souto Maior, o filme é um projeto do diretor Daniel Filho, coordenador da Globo Filmes.

O mais importante, na opinião dele, é a boa história. “Não sou espírita, nem católico. Sou materialista.

Estou mais para física quântica que para espiritualismo. Mas a insistência dos espíritas para que fizesse o filme me comoveu.

É a história interessante de um homem abnegado, um tema que merece atenção”, explica.



Daniel conheceu pessoalmente o médium mineiro.
“Chico Xavier é um dos homens mais importantes do Brasil.

Vou mostrar o ser humano, o homem que tem aura, que puxa para si a responsabilidade de paz e de espiritualidade, no sentido de paternidade.
Quero manter o respeito que os brasileiros têm por esse homem humilde, que disse que só queria ir embora quando o povo estivesse feliz.

Por coincidência, morreu aos 92 anos, no dia em que o Brasil ganhou a Copa do Mundo de 2002”, observa.


Xavier, desde os 17 anos, psicografava mensagens de pessoas desencarnadas. Os textos escritos por ele na adolescência não eram compatíveis com a formação simples do rapaz, por isso chamaram a atenção. Chico Xavier viveu a maior parte da vida em Uberaba (MG) e, nas últimas décadas de vida, longas filas se formavam com gente de todas as religiões à espera de uma consulta com o médium. As pessoas iam em busca de consolo.

Assistam o trailer do filme, já começou a ser filmado:
Para saber mais, acessem os sites
www.100anoschicoxavier.com.br
3congresso@febnet.com.br
cfn@febnet.org.brue
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Filme sobre Chico terá o ator Nelson Xavier

Ator do filme “Chico Xavier” visita Uberaba

Começa produção de Chico Xavier, o filme





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Imagens e adaptação
tioada@yahoo.com.br
FONTE-
http://espiritananet.blogspot.com/


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Projeto “Centenário de Chico Xavier” de
responsabilidade do Conselho Federativo Nacional
da Federação Espírita Brasileira
OBJETIVO:

Enfatizar a obra de Chico Xavier e contribuir com a memória de sua atuação.

PROJETOS:

1 – Realizar o 3º Congresso Espírita Brasileiro, em Brasília, de 16 a 18¤4¤2010, conforme decisão das Reuniões do CFN de novembro de 2007 e de 2008, destacando o Centenário de nascimento de Chico Xavier;

2 – Providenciar uma edição especial comemorativa da primeira obra psicográfica de Chico Xavier “Parnaso de Além Túmulo”, para lançamento no 3º Congresso Espírita Brasileiro;

3 – Preparar a elaboração de DVD e de livro, pela FEB, que sintetizem a obras e as ações de Chico Xavier, para lançamento no 3º Congresso Espírita Brasileiro;

4 – Providenciar o lançamento de Selo Personalizado comemorativo, para lançamento no 3º Congresso Espírita Brasileiro;

5 – Destacar nas edições de Reformador durante o ano de 2010, as obras psicográficas de Chico Xavier, e, lançar uma Edição Especial desta revista em abril de 2010;

6 – Elaborar e disponibilizar às Entidades Federativas Estaduais um encarte sobre o Centenário de Chico Xavier para eventual circulação na imprensa espírita e leiga na 1ª semana de abril de 2010;

7 – Iniciar as comemorações em janeiro de 2010, no Centro Espírita Luiz Gonzaga, de Pedro Leopoldo, e encerrá-las em Uberaba, ambas em parceria com a União Espírita Mineira;

8 - Estimular a realização pelas Entidades Federativas Estaduais de eventos regionais e estaduais para ampliar a divulgação da Doutrina Espírita;

9 – A FEB realizará em Brasília, em abril de 2010, e recomenda às Entidades Federativas Estaduais, que realizem “visitas fraternas” (as tradicionais “peregrinações” que Chico Xavier realizava) em bairros carentes, e de acordo com a orientação das respectivas áreas de assistência e promoção social;

10 – O Conselho Federativo Nacional da FEB realizará no dia 15 de abril de 2010, antecedendo o 3º Congresso Espírita Brasileiro, Reuniões Especiais conjuntas das Comissões Regionais do CFN e uma reunião do próprio CFN.
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REALIZAÇÃO-FEDERAÇÃO ESPIRITA BRASILEIRA-B.E.B-
http://www.febnet.org.br/




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APOIO-








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Projeto “Centenário de Chico Xavier” lançado no Sul

A Federação Espírita do Paraná, em Curitiba, recebeu o lançamento do
“Projeto Centenário de Chico Xavier”
, na noite do dia 24 de abril. Com a presença de espíritas da cidade;
dos presidentes e de equipes de trabalho das entidades federativas estaduais do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e de representantes de Entidades Federativas do Chile e do Uruguai;
de dirigentes da FEB, do vice-presidente Altivo Ferreira e vários diretores, o “Projeto Centenário de Chico Xavier” foi apresentado por Antonio Cesar Perri de Carvalho, diretor da FEB e coordenador da Comissão Organizadora Central do citado Projeto, e por Francisco Ferraz Batista, secretário da Comissão Regional Sul.
Francisco Ferraz Batista (foto)

Projeto
O objetivo deste Projeto é enfatizar a obra de Chico Xavier e contribuir com a memória de sua atuação.
O Projeto Centenário de Chico Xavier será desenvolvido ao longo do ano de 2010, com várias ações, iniciando-se no Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo, em janeiro, sendo encerrado em evento em Uberaba, em novembro.

A FEB promoverá em Brasília e incentiva as Federações Estaduais a promoverem “visitas fraternas” (“peregrinações” como fazia Chico Xavier), distribuindo pão e edição comemorativa da FEB de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, em abril de 2010, em consonância com a respectiva área de Assistência e Promoção Social.
Congresso
Houve detalhamento dos preparativos para se realizar o 3º. Congresso Espírita Brasileiro, em Brasília, de 16 a 18 de abril de 2010, programado para o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, tendo também uma atividade franqueada ao público no Ginásio de Esportes.

Na oportunidade, foram distribuídos cartazes e folhetos alusivos ao 3º. Congresso Espírita Brasileiro que tem como tema central: “Chico Xavier: Mediunidade e Caridade com Jesus e Kardec”. Ao final, ocorreu apresentação artística de Plínio Oliveira e orquestra de cordas.

O evento do Conselho Federativo Nacional da FEB, já realizado nas Regiões Nordeste e Sul, se repetirá nas Regiões Centro (maio) e Norte (junho).

Informações: www.100anoschicoxavier.com.br; 3congresso@febnet.com.br; cfn@febnet.org.br; fone: (61) 2101-6188.


Brasília será sede da Reunião da Região Centro

Nos dias 15, 16 e 17 de maio a Federação Espírita do Distrito Federal será a anfitriã da Reunião da Comissão Regional Centro do Conselho Federativo Nacional da FEB que acontecce no prédio da própria FEDF, na 408 sul.

Na abertura, dia 15, será realizado, no outro prédio da FEDF, no Setor Sudoeste, o lançamento do “Projeto Centenário de Chico Xavier”.

Nos demais dias ocorrerá Reunião dos Dirigentes, sobre o assunto –

“Plano de Trabalho: desenvolvimento e resultados junto aos Centros Espíritas”, e, serão realizadas, concomitantemente, Reuniões das Áreas das Comissões Regionais do CFN: Atendimento Espiritual no Centro Espírita, Atividade Mediúnica, Comunicação Social Espírita, Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, Infância e Juventude, e, Serviço e Assistência Social Espírita.

Informações: cfn@febnet.org.br
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Adalberto Prado de Morais
Tio Ada

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A TVCEI via satélite





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Operadoras de TV por assinatura
Por que retransmitir a TVCEI?
A TVCEI surgiu na internet, em 2006, e rapidamente conseguiu atingir mais de 120 países nos 5 continentes, com um público presente em mais de 1500 cidades, superando os 6 milhões de visitantes (fonte: Google).

A nossa programação é composta por filmes, cultura, musicais, variedades, notícias, eventos, infantis, internacionais e documentários abordando temas como mediunidade, vida em outros mundos, cura espiritual, reencarnação, fenômenos paranormais, espiritualidade, vida após a morte, entre outros.

No cinema e na televisão, a doutrina tem inspirado filmes, novelas e seriados de sucesso:
A série americana Médium tem como protagonista uma mulher que resolve crimes usando a mediunidade;
O filme Ghost, de 1990, foi sucesso de bilheteria;
A novela Alma Gêmea foi sucesso televisivo, calcado num enredo sobre a reencarnação;
No filme "O Sexto Sentido", que teve 6 indicações ao oscar, o protagonista tem habilidades mediúnicas.

Qual o perfil do público da TVCEI?





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Como captar o sinal?
A TVCEI está no satélite Estrela do Sul. Sua área de cobertura é todo o território brasileiro e alguns países da América do Sul. Os parâmetros para captar nosso sinal são:

Satélite: Estrela do Sul - banda KU
Posição orbital 63ºW
Frequência: 11893
Symbol Rate (SR): 02392
Polarização: vertical
Vídeo PID: 256
Áudio PID: 258
PCR PID: 256
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Get this free widget!Localidade
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Latitude: -15.7801°
Longitude: -47.9292°Antena
Elevação:64.6°

Alguns LNBs (Banda Ku de antenas de 60 ou 90cm) possuem uma marcação em graus na parte superior, isto facilita muito na hora de achar a posição horária do LNB. Olhando de frente para a antena, nos números negativos o LNB fica apontado para direita e nos números positivos para esquerda.
Dúvidas frequentes
Em que canal eu assisto a TVCEI?
A TVCEI está disponível na internet, através do site www.tvcei.com

Estamos, também, via satélite para todo o Brasil.
Mas para captar o sinal do satélite, é necessário possuir um KIT DE RECEPÇÃO, ou seja, uma antena digital para banda KU (aquela tipo a antena da SKY) e receptor digital para banda KU.

Onde eu compro o kit de recepção?
Revendedor autorizado

Multiplex Digital

Telefone: (11) 4526-6791

http://www.bsdshop.com.br

Kit a partir de R$ 549,00
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Como faço para assistir a TVCEI pela NET ou na SKY?

Ligue para a sua operadora de TV e diga que você quer assistir a TVCEI. Nosso sinal é aberto e qualquer operadora pode retransmitir. Nós fornecemos autorização gratuita para isso. Quanto mais pessoas ligarem para a NET, SKY, TVA etc, maior será o interesse dessas operadoras em retransmitir o nosso sinal.

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Já possuo antena parabólica, posso captar o sinal com ela?

Depende. Para captar o sinal do nosso satélite, é necessário que sua antena esteja apontada para o satélite Estrela do Sul. Além disso, será necessário um LNBF para banda KU e receptor digital. Consulte um técnico.

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Já possuo uma antena tipo SKY parada, posso utilizá-la?

Pode, mas você precisará de um receptor digital para banda KU. Consulte nosso revendedor autorizado pelo telefone (11) 4526-6791.

Sou técnico e estou com dificuldades para captar o sinal do satélite.
Entre em contato com o Gilson pelo telefone (11) 3569-4501 ou pelo e-mail gtaragao@gmail.com

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O que é a TVCEI?

A TVCEI é o canal de televisão do Conselho Espírita Internacional, voltado para a divulgação do Espiritismo.





Fale Conosco

E-mail: tvcei@tvcei.com

Novo endereço:
SGAN 909, Módulo G
Brasília - DF
CEP: 70.790-090

Novos telefones:
(61) 3272-1701 (ramal 201 - Administração)


Conheça também:
Lista de instaladores na sua região
http://www.tvcei.com/sat/contato/

Revendedor oficial do Kit de Recepção
Multiplex Digital
Telefone: (11) 4526-6791. Email: marcosbenni@terra.com.br

Suporte técnico para instalação
Gilson Aragão
Telefone: (11) 3569-4501. Email: gtaragao@gmail.com



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Telespectador
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A TVCEI via satélite já é uma realidade.



A você que acreditou em nosso trabalho, os nossos mais sinceros agradecimentos. Foram três anos de muito trabalho, onde procuramos estruturar uma programação variada, dentro dos ensinamentos de Allan Kardec, adotando uma linguagem moderna e dinâmica.


Trouxemos todo o potencial que a tecnologia nos oferece em prol da divulgação do Espiritismo.










Como posso captar o sinal da TVCEI?
O sinal da TVCEI é aberto, via satélite.





Estamos todos de parabéns. Essa é mais uma conquista do Conselho Espírita Internacional, dos milhares de internautas que nos acompanham mas, principalmente, da Doutrina Espírita que ganha finalmente o seu canal de TV via satélite para todo o Brasil e América Latina. É a luz da doutrina consoladora no ponto mais alto do velador.
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Comerciais / Anúncios Publicitários
Mídia publicitária utilizada para expor a mensagem do anunciante na TVCEI A duração padrão é 30". Outras durações, mediante consulta ao Departamento Comercial da TVCEI.
Duração das inserções: 30 segundos
Investimento : Consulte

http://www.tvcei.com/portal/index.php/patrocinios
.-.-.-.-.Patrocínios.-.-.-.-.-.-
Mídia publicitária utilizada para veicular a mensagem do anunciante na TVCEI, de acordo com o programa constante da grade de programação da emissora. A duração padrão é 30".
Duração das inserções : 30 segundos
Investimento : Consulte

Atenção: Para ter acesso aos preços de comerciais em nossos programas, entre em contato com o Departamento Comercial pelo telefone 0 xx 61 2101-6170 ou através do email: tvcei@tvcei.com

APOIO FINANCEIRO
A tvcei.com, iniciativa do Conselho Espírita Internacional, está crescendo. Você pode fazer parte desta tarefa de levar o Espiritismo para todo o mundo:

Apoio com Depósito:

Conselho Espírita Internacional
BANCO DO BRASIL
Agencia 3603-x
Conta Corrente 10531-7

Apoio com Cartão de Crédito - Visa

Entrar no site para doar....
http://www.tvcei.com/portal/index.php/home
Para doar 15, 25 ou 50 reais

Para outras doações ou dúvidas,
envie um email para: tvcei@tvcei.com
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DIVULGAÇÃO NO JAPÃO
ADE-JAPÃO
Adalberto Prado de Morais.

terça-feira, 9 de junho de 2009

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Carta aos Jornalistas do Brasil : Alamar Régis

Toda a Imprensa Brasileira


Senhores Jornalistas:

Partindo do princípio que o objetivo de todo jornalista ético e sensato é o de informar bem, com coerência, honestidade, dignidade e imparcialidade, preocupando-se sempre com o indispensável conhecimento da causa que leva a reportar, venho apresentar-lhes uma contribuição em cima de um assunto que muitos profissionais do jornalismo, embora bem intencionados, terminam cometendo equívocos lamentáveis, por uma inexplicável ignorância que compromete os seus nomes bem como o dos veículos por onde vinculam as suas matérias ou reportagens.

Falo com respeito ao assunto Espiritismo, tema este que invariavelmente é visto apenas no campo religioso, o que na verdade não é, e sobretudo, o que é mais lamentável, sempre enfocado com afirmativas de conceitos absurdos, oriundos do "achismo" e também de uma cultura criada na cabeça das pessoas, pela intolerância e a desonestidade religiosa.

Não objetivo aqui defender crença ou fé nenhuma, porque não é isto que está em questão. Só quero mesmo prestar contribuição ao gigantesco segmento honesto do jornalismo acerca de uma coisa, como ela realmente é, para que ele esteja melhor informado, sem a menor pretensão de querer fazer com que nenhum profissional o aceite, concorde com os seus postulados e, muito menos, se converta.
Vamos aos assuntos:

Espiritismo não é igreja

Imagem-missionariomelqui.blogspot.com

Em princípio corrijam a conceituação inicial: Espiritismo não é simplesmente religião.

Ele não veio ao mundo com objetivo nenhum de ser religião.

Trata-se de uma doutrina filosófica, com base calcada na racionalidade, na lógica e na razão, apenas com conseqüências religiosas, haja vista que os seus adeptos ficam livres da submissão a qualquer religião, por não serem obrigados a coisa nenhuma e nem serem proibidos de nada.

Há centros espíritas que se portam como se fossem igrejas, mas isto é produto da concepção equivocada dos seus dirigentes, que ainda sentem a necessidade da rezação, em que pese o Espiritismo ser algo muito acima disto.

Não existe "Kardecismo", existe "Espiritismo"

O jornalista equivocado costuma utilizar-se da expressão "kardecismo", para identificar algo que ele imagina ser uma "ramificação" do Espiritismo, achando que Espiritismo é um "montão de coisas" que existe por aí, quando na realidade não é.
A palavra "Espiritismo" foi criada, ou inventada, como queiram, pelo senhor Allan Kardec, exclusivamente, para denominar a doutrina nova que foi trazida ao mundo, por iniciativa de Espíritos, e que tem os seus postulados próprios.

Portanto, qualquer crença ou prática religiosa que utiliza-se da denominação "Espiritismo", fora desta que se enquadre nos seus postulados, está utilizando-se indevidamente de uma denominação, mergulhando no campo da fraude. Daí a verdade que o nome disto que vocês chamam de "kardecismo", verdadeiramente é "Espiritismo".




Logotipo Oficial do Projeto - Umbanda 100 Anos
http://www.umbandafest.com.br




http://images.google.com.br-sobre-o-candomble-dvd-images




Apenas para clarear o campo de conhecimento dos que ainda têm dúvidas, em achar que Candomblé, Cartomancia, Necromancia, Umbanda e outras práticas espiritualistas é Espiritismo, vai aqui uma pequena tabela, exemplificando algumas práticas de alguns segmentos, para apreciação daqueles que consideram relevante o uso da inteligência e do bom senso, a fim de um discernimento mais coerente e responsável.
Veja quem adota e quem não adota o quê.


Procedimento, prática ou ritual
Umbanda
Catolicismo
Espiritismo

1
Uso de altares
Sim
Sim
Não

2
Uso de imagens
Sim
Sim
Não

3
Uso de velas
Sim
Sim
Não

4
Uso de incensos e defumações
Sim
Sim
Não

5
Vestimentas e paramentos especiais
Sim
Sim
Não

6
Obrigações aos seus praticantes
Sim
Sim
Não

7
Proibições aos seus praticantes
Sim
Sim
Não

8
Ajoelhar-se, sentar-se e levantar-se em seus cultos
Sim
Sim
Não

9
Bebidas alcoólicas em seus cultos
Sim
Sim
Não

10
Sacerdócio organizado
Sim
Sim
Não

11
Sacramentos
Sim
Sim
Não

12
Casamento religioso e batizados
Sim
Sim
Não

13
Amuletos, patuás, escapulários e penduricalhos
Sim
Sim
Não

14
Hinos e cantarolas nos cultos
Sim
Sim
Não

15
Crença na existência de satanás
Sim
Sim
Não

http://images.google.com.br/imgres_catolicismo.

Como pode, então, um profissional que tem a obrigação de estar bem informado, poder afirmar que Espiritismo e Umbanda são a mesma coisa? Não seria mais coerente dizer que tem mais semelhanças com o Catolicismo, embora não seja também a mesma coisa?

O espírita não tem a menor pretensão de diminuir ou desvalorizar o adepto da Umbanda que, por sua vez, tem também a sua denominação própria que é Umbanda, e não Espiritismo, apenas quer deixar claro que Espiritismo é Espiritismo e Umbanda é Umbanda, assim como Catolicismo é Catolicismo, Protestantismo é Protestantismo.

A afirmativa que alguns fazem, em dizer que tudo é a mesma coisa, com a diferença de que na Umbanda se reúnem negros e pobres e no tal "Kardecismo" se reúnem o que chamam de elites, é extremamente leviana, desonesta e irresponsável.

O Espiritismo não faz qualquer discriminação de raças, cor ou padrão social, já que em seu movimento existem inúmeros negros, mulatos, brancos e de todas as etnias.


Allan Kardec não inventou o Espiritismo

Allan Kardec não inventou, ou criou, Espiritismo nenhum. A proposta veio de Espíritos, através de manifestações espontâneas, consideradas como fenômenos, na época, e ele, que nada tinha a ver com aquilo, foi convidado por alguns amigos para examinar e analisar os tais fenômenos, em suas casas, oportunidade em que foi convidado, pelos Espíritos, pela sua condição de pedagogo e educador criterioso, a organizar aqueles ensinamentos em livros e disponibilizar para a humanidade.

Ele foi tão honesto e consciente de que a obra não era de sua autoria, que evitou colocar o seu nome famoso na Europa antiga (Denizard Rivail) como autor dos livros e preferiu utilizar-se de um pseudônimo. É bom que se saiba que o tal professor Rivail era autor famoso de livros didáticos e que tudo o que aparecia com seu nome vendia muito, não apenas na França como em toda a Europa.

Atentem para o detalhe: Os Espíritos optaram por um pedagogo, um professor, e não por um padre, um religioso, o que nos convida a entender que o Espiritismo é escola e não igreja.

Sobre a reencarnação


Não é patrimônio exclusivo do Espiritismo e não foi inventada pelo Espiritismo, posto que é algo conhecido pela maior parte da humanidade, por milênios, muito antes do Espiritismo, que tem apenas 151 anos de idade.
O espírita, depois de estudar a reencarnação, não crê na reencarnação, ele passa a SABER a reencarnação, o que é diferente. Exemplificando: Você crê que a Lua existe ou você sabe que ela existe? Afinal, você pode vê-la e comprovar, inclusive cientificamente? É isto aí.
Portanto a afirmativa de que os espíritas crêem na reencarnação é infantil e sem sentido.

Sobre a mediunidade


Também não é patrimônio exclusivo e nem foi inventada pelo Espiritismo. É uma faculdade humana normal e independe de crença religiosa, já que a pessoa pode possuí-la, com maior ou menor intensidade, acredite ou não. O Espiritismo apenas se dispõe a estudá-la, educar e disciplinar as pessoas que a possuem, para que o seu uso possa ser benéfico a elas e aos outros, absolutamente dentro dos elementares padrões de moralidade. Segundo os postulados espíritas ela não deve ser comercializada, nunca, e deve ser utilizada gratuitamente; todavia é praticada comercialmente em alguns lugares do mundo, por pessoas que são médiuns, inclusive honestas, mas nada sabem sobre Espiritismo, numa comprovação de que ela existe fora do meio espírita.
Qualquer afirmativa do tipo que "alguém tem mediunidade e precisa desenvolver" é vinda de pessoas inconseqüentes, mesmo algumas que se auto rotulam espíritas, posto que o Espiritismo propõe que a faculdade deve ser educada e não desenvolvida.

Sobre o caráter do centro espírita


É um local que deve atuar como escola e não como igreja. A sua proposta é de estudos, sobretudo da matéria que trata da reforma íntima das pessoas, dando ciência do papel de cada um de nós na terra, da nossa razão de existir enquanto criaturas úteis ao nosso próximo, esclarecimento da nossa condição espiritual no presente e no futuro e, principalmente, a nossa conduta moral.
Recomenda a prática da Caridade, sim, mas de forma ampla no sentido de orientar e informar aos outros sobre os meios de libertações dos conflitos, das amarguras, das incompreensões e do sofrimento em si e não esse entendimento estreito de que Caridade se resume apenas a dar prato de sopa ou roupas usadas para pobres, para qualificar o doador como bonzinho.
Adota Jesus, sim, inclusive como o maior modelo e guia que temos para seguir, concebendo o seu Evangelho como a bula coerente a nos conduzir, e não como sendo ele o próprio Deus.
Enfim. O centro espírita é um local de estudo e não de rezação.

Sobre quem é reencarnação de quem


Recentemente vimos um jornalista afirmar, nas páginas da VEJA, que os espíritas juram que Fulano é reencarnação de Ciclano, o que se constitui em um absurdo. Em princípio espírita não adota jura nenhuma. Segundo, que não consta da atividade espírita a preocupação de quem é reencarnação de quem, uma vez que esta discussão é irrelevante, não tem razão nenhuma, não acrescenta absolutamente nada na proposta espírita para a criatura humana, em que pese alguns espíritas, apenas alguns, (nem todos entendem bem a proposta da doutrina) se ocuparem com esse tipo de discussão.
Falar em quem é ou talvez possa ser reencarnação de quem, é conversa amena de momentos de descontração de espíritas, apenas em nível de curiosidade ou especulação, jamais tema de estudo sério da casa espírita.
Ainda que possa existir, em alguns locais de estudos mais profundos e pesquisas espíritas, interesses em trabalhar as questões da reencarnação, os estudiosos apenas sugerem que fulano possa ser a reencarnação de alguém, mas nunca afirmam, apesar de evidências marcantes e inquestionáveis, quando a condução da pesquisa é séria e criteriosa.
Quem anda dizendo que é a reencarnação de reis, de rainhas e de personagens poderosas do passado não são os espíritas, são apenas alguns bobos que estão no Espiritismo sem consciência do seu papel.

Apologia ao sofrimento

Matérias de revistas e jornais, dentro deste equívoco que nos referimos, chegaram a afirmar, diversas vezes, que o Espiritismo ensina as pessoas a serem acomodadas em relação ao sofrimento e até chegarem a dizer que o sofrimento é bom.
Não condiz com o coerente ensinamento do Espiritismo. Se algum espírita chega a dizer isto, certamente é vítima do masoquismo e, provavelmente, deve praticar um ritual em sua casa, quando, talvez uma vez por semana, colocar a mão sobre uma mesa e dar uma martelada em seu dedo.
Sofrimento não é condição fundamental para a evolução de ninguém, embora entendemos que, ao passar por ele, muitas pessoas terminam acordando para a realidade da vida e mudando de conduta, sobretudo no campo do orgulho, do egoísmo e da presunção.

Mesa branca


Não existe espiritismo mesa branca, alto espiritismo, baixo espiritismo ou qualquer ramificação do Espiritismo, que é um só. O hábito de forrar mesas com toalhas de cor branca, na maioria dos centros espíritas, nada mais é que um hábito de alguns espíritas, de certa forma até equivocados também, uns talvez achando que a cor branca da toalha ou das roupas das pessoas tem algum significado virtuoso, quando na verdade não existe esta orientação no Espiritismo. Muito pelo contrário, seria preferível utilizar toalhas (por que tem sempre que ter toalhas nas mesas?) de outras cores, posto que tecidos em cor branca tem maior facilidade de sujar.
Portanto a citação de "espiritismo mesa branca" é mais uma expressão da ignorância popular, o que não se admite nos jornalistas.

Terapia de vidas passadas


Não é procedimento espírita, em que pese ser recomendável em alguns casos, porém em consultórios de profissionais especializados, geralmente psicólogos ou médicos. É fato, existe, é comprovado, tem resultados cientificamente respaldados, mas não é prática espírita.

Cromoterapia, piramidologia etc...

Se alguém usa uma dessas práticas no espaço físico de uma casa espírita, é por pura deliberação da direção da casa, que se considera livre para fazer o que quiser, até mesmo dar aulas de arte culinária, corte e costura, curso de inglês, informática ou o que quiser, que são atividades úteis, sem dúvidas. Mas não tem a ver diretamente com o Espiritismo.

SUCESSOR DE CHICO XAVIER


Isto nunca existiu no Espiritismo, em que pese vários jornalistas terem colocado em matérias diversas, quando o Chico Xavier "morreu", e ainda repetem, talvez querendo estabelecer alguma comparação do Espiritismo (que vêem apenas como religião) com a Igreja Católica, que tem sucessores dos papas, quando morrem.

Chico Xavier nunca foi uma espécie de papa, de cardeal ou de qualquer autoridade eclesiástica dentro do movimento espírita.
Divaldo Pereira Franco nunca foi sucessor do Chico, nunca teve essa pretensão, ninguém no movimento espírita fala nisto, que é coisa apenas de páginas de revistas desinformadas sobre o que verdadeiramente é o Espiritismo.

A sua relação com a Ciência


Faz parte da formação espírita a seguinte recomendação: "Se algum dia a Ciência comprovar que o Espiritismo está errado em algum ponto, cumpre aos espíritas abandonarem imediatamente o ponto equivocado e seguirem a orientação da Ciência".
Mas isto não quer dizer que o que afirma determinadas criaturas, como o padre Quevedo, que se apresenta presunçosamente como cientista, deva ser entendido como Ciência, já que ele não é unanimidade e nem ao menos aceito pela maioria dos cientistas coisa nenhuma. Ele é padre, nada mais do que padre, com um tipo de postura que não aceita nem pela maioria do seio católico, quanto mais pelo científico.
Não é à pseudo-ciência ou a opiniões pessoais de um ou outro elemento, que se diz de Ciência, que o Espiritismo se submete, com esta recomendação, é a Ciência, como um todo, em descobertas inquestionáveis.
Até agora a Ciência não conseguiu apontar e muito menos comprovar erro em um ensinamento espírita, sequer.
Se alguém exige, por exemplo, querer provas por parte dos que afirmam que existe vida fora da Terra, por questão de bom senso deve ter também provas de que não existe. Será que tem?

Medicina e Espiritualidade



Alguns médicos, tradicionalmente, sempre afirmaram que os problemas de saúde das pessoas nada tem a ver com problemas espirituais, porque estes se resumem a crendices. Hoje existe um curso de "Medicina e Espiritualidade", oficial, dentro da USP (Universidade de São Paulo), a maior Universidade do País, onde são estudados estes questionamentos que alguns continuam a dizer que são crendices. Em nível de informação, sugerimos que os jornalistas se interessem em reportar sobre este assunto, sem que vá aqui a menor intenção de querer converter ninguém. Não se trata de questão religiosa, trata-se de questão científica. Para melhor informação, as aulas deste curso podem ser vistas no site: http://www.redevisao.net/. O telefone da Pineal Mind, onde são ministradas as aulas, é (11) 3209-5531 e o e-mail é faleconosco@uniespirito.com.br onde poderão ser obtidas maiores informações sobre o curso. Toda sexta-feira, às 19 horas, tem aula ao vivo, pelo site, numa webtv.

Diante de todo o exposto sugerimos que os grandes veículos de comunicação de massa, obviamente comprometidos com a credibilidade dos seus nomes, repassem estes esclarecimentos aos seus profissionais de jornalismo, não necessariamente para que eles sejam simpáticos à idéia espírita, já que ninguém é obrigado a aceitar coisa nenhuma, mas para, pelo menos, não comprometerem as suas honorabilidades dizendo mentiras, leviandades e até se expondo ao ridículo reportando sobre um assunto que não entendem.

Abração.


Alamar Régis Carvalho
Analista de Sistemas
alamar@redevisao.net


Vamos em frente, porque este é o grande momento da divulgação espírita.
Abração a todos.

Alamar Régis Carvalho
alamar@redevisao.net
http://www.redevisao.net/

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segunda-feira, 8 de junho de 2009

Kardec é a base!!! Isto é fundamental e indiscutível.


Todo espírita consciente, coerente e, sobretudo, responsável deve fazer de tudo para preservar os postulados da doutrina, ou seja, procurar praticar o Espiritismo com fidelidade à sua obra básica, contida nos livros organizados por Allan Kardec.

Kardec é a base!!! Isto é fundamental e indiscutível.

Relembremos Chico Xavier, considerado o mais importante espírita do Brasil, quando começou a sua missão recebeu a proposta de um especial amigo espiritual, o Emmanuel, que se proporia ser o coordenador de toda a sua obra, o seu orientador, amigo sempre disposto ao seu lado, mas que teve um cuidado muito especial de orientá-lo logo no início:

- “Chico. Se qualquer dos meus ensinamentos deixar alguma dúvida em você, fique com Kardec“.

Se a proposta daquela missão era falar sobre o Espiritismo e ensinar o Espiritismo, enriquecer a cultura espírita, o próprio benfeitor deixou muito claro que a base é Kardec.

Analisemos, também, um outro aspecto aqui.

Conforme consta na Introdução de “O Livro dos Espíritos“, a expressão “Espiritismo” foi criada por Allan Kardec, exclusivamente para denominar aquela nova doutrina que surgia no mundo, praticada conforme aqueles postulados. Ao mesmo tempo, foi criada também a expressão “espírita” para identificar o seguidor daquela doutrina.

Isto nos remete a entender que só é Espiritismo aquilo que é praticado de acordo com a doutrina que nos é ensinada, em conformidade com aquilo que chamamos de “Obras Básicas”, que nada mais é que o conjunto de livros que traz a assinatura Allan Kardec, que não deve ser constituída apenas por cinco livros, conforme querem algumas lideranças do movimento, mas, também por outros dois livros que são o “O que é o Espiritismo” e “Obras Póstumas”.

Pronto. Esclarecido isto, o nosso bom senso deve chegar a conclusão de que não tem o menor sentido alguém querer rotular também como Espiritismo outras doutrinas e práticas religiosas.

Por mais respeito e carinho que podemos ter com os nossos irmãos Umbandistas, por exemplo, onde encontramos de fato muita humildade, sinceridade de propósitos e amor ao próximo, não tem o menor sentido querermos identificá-los também como espíritas, sob argumentações de que devemos ser caridosos para com eles, porque não é isto que é Caridade.

A Umbanda utiliza-se de determinadas coisas que não encontramos na obra básica de Kardec, que são, por exemplo, os altares, as defumações, as imagens, vestimentas especiais, rituais, obrigações, bebidas etc…

Estou afirmando, então, que a Umbanda está errada, por utilizar essas coisas?

Não! Não é nada disto. Não estamos entrando no mérito de julgar o que é certo e o que é errado aqui e nem discutindo o que é bom e o que é ruim. Estamos apenas convidando pessoas ao raciocínio para um melhor entendimento do que é uma coisa e do que é outra coisa.

A Umbanda já tem a sua denominação própria, “Umbanda” e não precisa de nenhuma outra emprestada.


Se eu, em nome da minha liberdade de achar o que quero, e de pensar da maneira que me é mais conveniente, resolvo misturar maracujá, água e açúcar e dizer que aquilo é uma limonada, queiram ou não eu estou errado. Para ser identificado como limonada, tem que ser limão, água e açúcar. Com maracujá, não! É também um suco ou um refresco, mas deve ter qualquer outro nome, menos limonada que já é um nome criado exclusivamente para a mistura de limão, açúcar e água.

Mas um suco de maracujá não é bom?

É bom sim, uma laranjada é bom, como também é bom um suco de goiaba, morango, manga, melão e vários outros. Só não podem ser chamados de limonada!!! Cada coisa no seu devido lugar.

Esta matéria visa discutir a frase muito utilizada no movimento espírita: “Isto não é Espiritismo!!“.

Conforme foi dito no início da matéria, todo espírita consciente deve ter o cuidado e a responsabilidade de deixar bem claro para as pessoas o que é e o que não é Espiritismo, sem a menor preocupação se vai ou não agradar ao seu interlocutor.

Lembro-me em Belém do Pará, quando, com menos experiência, comecei a ser muito conhecido como espírita, devido a grande coluna semanal que eu tinha no jornal “O Liberal” e também nas entrevistas dadas no rádio e na televisão, sempre disposto a dizer também sobre o que não era Espiritismo. Invariavelmente eu era chamado a atenção por alguns confrades, da União Espírita Paraense, que eu deveria evitar escrever e falar sobre o que não era Espiritismo, sob a argumentação de que o fato de falar sobre o que é, implicitamente está dizendo às pessoas o que não é.

Didaticamente não é bem assim; as pessoas precisam, sim, saber também o que não é.

Pois bem, vamos discutir o tal “Isto não é Espiritismo!!”

Estão corretos os confrades que, com tanta veemência, utilizam-se muito o “Isto não é Espiritismo!!” ??

Sob o ponto de vista da preocupação em querer preservar a doutrina, para evitar mistificações, enxertos, misturas e o que normalmente eu chamo de “espiritismo à moda da casa” estão corretos, sim. Eu também faço isto.

O grande problema está na lamentável falta de dosagem que existe nesta utilização no meio espírita.

Dosagem é fator fundamental em tudo, nas nossas vidas.

Se um médico nos passa um remédio para tomarmos 3 cápsulas por dia, ou seja, uma de 8 em 8 horas e resolvemos, deliberadamente, tomar apenas 1 cápsula por dia, certamente não teremos a enfermidade curada, teremos complicações. Se, com a mesma liberalidade, resolvermos tomar 1 comprimido de 2 em 2 horas, ou seja, 12 cápsulas por dia, certamente não teremos também o problema resolvido e, muito pelo contrário, terei sérias complicações.

A dosagem é de 3 cápsulas por dia, e acabou.

É exatamente a falta de dosagem que faz com que muitas coisas, que têm objetivos nobres e úteis, terminem por proporcionar resultados desastrosos.

Quando digo para uma pessoa, que conduz um determinado centro, que o que ela faz naquela casa não é Espiritismo, mas antes me habilito muito bem a estudar profundamente a essência espírita, o pensamento de Kardec e dos Espíritos da Codificação, eu estou agindo em coerência, com fidelidade à Doutrina e fazendo um grande favor ao Espiritismo.

Todavia, quando eu reprovo o que o confrade está fazendo, sob a argumentação de que não é Espiritismo, apenas achando que a minha interpretação pessoal da doutrina, a forma como eu acho que é a doutrina e que eu suponho ser o certo, deixa de ser coerência e fidelidade doutrinária para ser presunção e intolerância.

Está aí a identificação de um dos maiores problemas enfrentados pelo Espiritismo para o seu desenvolvimento junto a humanidade.

É gigantesco o número de espíritas que está fora do centro e até que diz querer distância do movimento espírita.

Isto não é bom. Não é nada agradável e nenhum espírita que verdadeiramente ama a doutrina pode ficar satisfeito com uma coisa dessa.

Isto não é Espiritismo!!!!

Impressionante, mas há em quase todas as cidades do Brasil, e nas diversas localidades do exterior onde existem movimentos espíritas, pessoas fantásticas, maravilhosas, dedicadas, sérias, dinâmicas, honestas, dignas e altamente dispostas a trabalharem pela difusão do Espiritismo que enfrentam barreiras terríveis proporcionadas pela língua de outros confrades que não se limitam apenas ao falar e criticar, mas estendem-se ao sabotar, boicotar e desenvolver todos os esforços para impedirem que o companheiro trabalhe.

Calma aí! Eu não estou falando daquelas pessoas que inventam todo tipo de maluquice dentro do centro espírita, dizendo que é Espiritismo. Não estou falando de gente que ensina banho de sal grosso, como sendo Espiritismo; gente que pede para a mulher trazer a cueca do marido para ser rezada, como se fosse Espiritismo… não é nada disto.

Estou falando de gente séria mesmo, gente honesta e gente responsável que conhece a Doutrina, estuda também a Doutrina, tem consciência do Espiritismo e desenvolve trabalhos maravilhosos, que não são do agrado de outras que sempre acham que sabem mais do que todos e até se postam como donas exclusivas da verdade.

Este é o grande problema.

Onde estão os limites do “Isto não é Espiritismo!!” e onde está a dosagem disto?

Se eu faço uma palestra e dedico-me algum tempo a dissertar sobre a Irmã Dulce e Dom Hélder Câmara, por exemplo, estou enquadrado no patrulhamento do “Isto não é Espiritismo!!” pelo fato dela e ele terem sido religiosos católicos e não espíritas?

Eu não posso, numa palestra, referir-me a uma música, e até cantar um trecho dela, que tem uma letra altamente edificante, educativa e de amor, sob a argumentação do “Isto não é Espiritismo!!” ?

Meu amigo e minha amiga, vejam um fato que eu testemunhei, envolvendo um dos mais expressivos nomes da história do Espiritismo no mundo, Divaldo Pereira Franco, um homem, bom, sério, honesto, digno e cem por cento comprometido com o Espiritismo, na sua essência.

Desde o ano de 1959, todos os anos o tribuno baiano era convidado e viajava para uma determinada capital de um Estado neste País, a fim de proferir três palestras, em três dias distintos, sempre para um público bastante expressivo.

No ano de 1987, como de costume, ele foi novamente a essa cidade, com as três palestras programadas.

Acontece que em uma das suas palestras ele dedicou maior parte do tempo a falar sobre o Sathia Sai Baba, dando ênfase à sua proposta educacional, ao seu compromisso de levar pessoas a mudanças nas suas condutas morais e sobretudo na consciência da reencarnação daquele líder indiano, enaltecendo as suas qualidades espirituais evidentes.


A palestra entusiasmou a enorme platéia presente, onde tinha gente até sentada no chão, ocupando todos os espaços dos corredores, tamanho o interesse pelo orador que sempre transmite mensagens edificantes, à luz da doutrina espírita. Ao final foi aplaudido calorosa e demoradamente por toda a platéia.

Sabe o que aconteceu depois?

A liderança espírita local achou que Divaldo Franco estava trazendo o “orientalismo” para a casa espírita, estava mistificando e promovendo enxertos na doutrina, e simplesmente deliberou em colocá-lo de castigo, decidindo por nunca mais chama-lo a fazer palestras naquele Estado.

Falar em Sai Baba é alguma coisa que está inserida dentro do”“Isto não é Espiritismo!!”, por mais que se trata de uma personalidade que, além de estar identificado com um ser de educação, de amor e de notável proposta de elevação espiritual, nos trás excelentes ilustrações, com o exemplo da sua própria vida, para entendermos melhor a questão da reencarnação, este assunto que, por incrível que pareça, é pouquíssimo estudado no movimento espírita.

Não documentaram a decisão, obviamente. Também não deram conhecimento público à decisão que, normalmente, quando isto acontece é de forma muito fechada, restrita a um grupo pequeno, porém com um grande efeito devastador.

Houve um “agravante”. Além de ter falado sobre Sai Baba, o mesmo Divaldo, um ano antes, em 1986, havia pedido a mim, na época apenas um colaborador que instalava os equipamentos de som nos ambientes para as grandes palestras, que colocasse a “Ave Maria de Gounod” ao final da sua palestra, naquele momento em que ele costumeiramente começa a pronunciar a “Prece da Gratidão”, o que foi atendido por mim, atitude que gerou um seríssimo problema com a direção do movimento espírita local, de forma muito enérgica, no local mesmo, diante de todo o público. (Guardo tudo filmado, até hoje).

Colocar uma música ali, para uma prece, mesmo suave e dentro daquele padrão que normalmente é utilizado para preces, corresponde a algo como se fosse um crime hediondo.

Enfim. Divaldo só voltou àquela cidade sete anos depois, mesmo assim por insistência e pressão de minha parte, atendendo a um apelo público que queria vê-lo novamente e não conseguia entender os motivos pelos quais nunca mais ele fora lá. Mas ficou marcado ali. De lá para cá, quase 20 anos depois, não tem voltado mais lá com a freqüência de antes.

É por isto que pergunto: Onde estão os limites do “Isto não é Espiritismo!!” ?

Muitos dos meus leitores, costumeiramente, me perguntam o que eu acho da prática da Cromoterapia no Centro Espírita, assim como da prática do Reick, da Apometria e de outras que algumas instituições utilizam.

É aí que eu procuro consultar o bom senso e identificar a dosagem correta, para não colocar apenas meia colherzinha de açúcar no café ou exageradas três colheres de sopa no mesmo café. Nada pode ser 8 ou 80.

Vejam bem: O fato de determinadas coisas serem boas, não fazerem mal a ninguém, não quer dizer que necessariamente têm que ser levadas para o Centro Espíritas e praticadas como sendo Espiritismo.

A Cromoterapia, por exemplo, é alguma coisa que já tem comprovações científicas e resultados satisfatórios, fazendo bem a muita gente; mas é Cromoterapia e não Espiritismo.

A Odontologia também é boa; tem que ser levada para o centro espírita?

A Dermatologia, a Arte Culinária, a Massoterapia, a Programação Neuro Lingüística e inúmeras outras coisas maravilhosas são, de fato, coisas muito boas. Por isto tem que ser levadas para a casa espírita, só porque um dos seus dirigentes gosta muito?

O Centro Espírita é lugar para estudar Espiritismo. As suas salas já são insuficientes para o estudo da doutrina, o número de instrutores já é insuficiente em quantidade e sobretudo em qualidade, o número de horas e de dias de atividades na semana já é insuficiente, uma vez que a maioria dos centros fica mais fechado do que aberto, os espíritas pouco conhecem a doutrina, inclusive os dirigentes, e nós ainda vamos usar esse insuficiente espaço e esse reduzido tempo para ocupar com outros ensinamentos?

Mas de repente você diz: Alamar, eu já não estou entendendo mais nada. Você não está sendo contraditório nesta abordagem? Você acaba de defender o Divaldo, na tal cidade que citou, por ter falado em Sai Baba, agora está falando o contrário?

Não, claro que não. É exatamente neste ponto que quero convidar os espíritas à indispensável dosagem.

Quando Divaldo falou em Sai Baba, na palestra, ele levou ao público ensinamentos ilustrados de exemplos mais claros da questão da reencarnação, que tem tudo a ver com o Espiritismo, uma vez que aqui no Brasil a maioria dos espíritas apenas crê na reencarnação, quando no caso citado existem culturas que sabem da reencarnação, o que é muito mais forte. Por outro lado, um Sai Baba que apresenta propostas de reforma íntima do ser, educação e necessidade de melhor trato no ser espiritual de cada um de nós, claro que tem tudo a ver com o Espiritismo.

Não houve nenhuma espécie de implantação da “Babaterapia”, da “babametodologia” da prática espírita ou coisa parecida.

É diferente de alguém que passa a gostar da piramidologia, de repente instala uma pirâmide numa das salas do centro e manda que as pessoas, após as palestras, retirem os seus sapatos e deitem um pouquinho embaixo da pirâmide, a fim de receberem energias benéficas do alto.

É diferente da casa espírita que resolveu adotar, depois das palestras, que as pessoas se dirijam para uma sala, para determinado trabalhador da casa optar se bota uma toalhinha vermelha, verde, azul, amarela ou qualquer outra cor em cima da sua cabeça, muitas vezes até confundindo a Cromoterapia, que é um tratamento que se faz com luzes coloridas e não simplesmente com toalhinhas coloridas.

Não é a mesma coisa.

O “Isto não é Espiritismo!!” é alguma coisa que deve ser feito, sim, mas com mais responsabilidade quanto a filtragem, para não continuar sendo, como é, um instrumento de presunção de alguns e até mesmo de descarregamento de rancor em relação a confrades ou, muitas vezes, até inveja.

A obra “Violetas na Janela” foi muito criticada e proibida de ser vendida em vários centros espíritas. Hoje nem tanto porque tem outro fator que tem pesado de certa forma: “Os livros de Petit dão dinheiro pra casa”, então já não sofre tanto quanto há algum tempo atrás. Mas a intolerância em cima da obra foi e continua sendo grande demais. Ela é uma das que está citada dentro do “Isto não é Espiritismo!!”.

Analisemos por outro ângulo: Quantos e quantos milhares, talvez até milhões de brasileiros, esta obra não trouxe para o Espiritismo, graças à forma como é apresentada?

Não valeu a pena? Claro que valeu!!! Viva “Violetas na Janela” e viva a Editora Petit!!!

Quantos milhões de pessoas a nossa querida Zíbia Gasparetto, tão massacrada hoje pelo movimento espírita, não trouxe e continua trazendo para o Espiritismo?

Sei que muita gente tem o Flávio, da Petit, atravessado na garganta. Mas o que incomoda não é a obra não e sim o sucesso extraordinário que a sua editora faz no Brasil. Da mesma forma a dona Zíbia, uma das escritoras “top de linha” do Brasil. Por que o sucesso de alguns incomodam tanto em nosso meio?

Se alguma obra tem alguma coisinha que não está bem dentro do postulado espírita, não tem problema. A pessoa veio para o centro? Ótimo, então aproveitemos nós, que nos julgamos sabedores de tudo de Espiritismo, e botemos essas pessoas para estudarem as Obras Básicas, que elas vão entender o Espiritismo como deve ser entendido, e terá valido a pena.

A onda também é baixarem o sarrafo no José Medrado, porque ele não se limitou a ser simplesmente um palestrante espírita no modelo dos outros, ou seja: “Meus irmãos, que a paz de Jesus esteja com todos. Na palestra de hoje, vamos falar sobre a visita do Mestre Jesus a Zaqueu“.

Ora, ele criou um estilo diferente, é um verdadeiro “show man”, canta, sacode, brinca, conta casos e piadas, mas sempre deixa um puxão de orelhas nas pessoas, fazendo-as refletir sobre questões de ordem moral a espiritual. Fala o tempo todo no Espiritismo, desperta nas pessoas a atenção pelo Espiritismo, pelo conhecimento da doutrina.

Será que isto não vale a pena? Para o seu trabalho valer a pena ele tem que, necessariamente, citar a questão A ou B de O Livro dos Espíritos?

Todas as pessoas que vão ver as palestras do Medrado, vão a um evento espírita, invariavelmente terminam indo para a casa espírita depois, porque sempre saem de lá empolgadíssimas com o Espiritismo, porque ouviram o médium José Medrado, e quando se fala em médium, obviamente vinculam ao Espiritismo, esta que é a verdade.

Compete ao pessoal da casa espírita, altamente preparado, conduzi-las bem ao estudo, sobretudo das obras básicas, ao interesse por outras obras notáveis, como Leon Denis, Dellane, Geley, Bozzano e vários outros que consolidam o conhecimento espírita.

O pior é que a maioria também não conhece essas obras, por isto as deixam sempre embaixo do alqueire. Quem achar que o Alamar está exagerando, que dê uma bisbilhotada no centro onde freqüenta, que certamente tem uma livrariazinha, e procure por estas obras, pra ver onde é que estão.

Gente, vamos ter mais cuidado com o “Isto não é Espiritismo!!”.

Conhecer Kardec não se resume apenas em decorar as 1018 questões de “O Livro dos Espíritos” não. É fundamental entendermos o pensamento de Kardec, a cabeça de Kardec, a essência de Kardec, o homem avançado, atualizado, acompanhador dos avanços tecnológicos e “pra frente” que sempre foi Kardec para praticarmos um Espiritismo melhor e mais bonito.

Não tenhamos dúvidas de que se o Kardec se materializasse aqui hoje, com certeza absoluta a primeira coisa que ele faria era ter um computador, ligado à internet, com MSN instalado, SKYPE, câmera e tudo, pra viver falando daqui com Divaldo, onde ele estivesse, com Wanderley, nos Estados Unidos; Charles Kempf, na França; Isabel Saraiva, em Portugal; Fábio Villarraga, na Venezuela; Edwin Bravo, na Guatemala; Nestor Masotti e um montão de gente.

Esse negócio de dizer que praticamos uma doutrina “racional” e que somos seguidores de uma fé “racional” é bonito e chique demais. Mas pensemos bem: quem raciocinou em cima do Espiritismo? Eu? Você? Ou estamos pegando carona nos raciocínios de Kardec, de Denis e de outros?

Procedamos, então, uma mudança radical em cima disto. Tenhamos mais responsabilidade em qualificar com “Isto não é Espiritismo!!” apenas em cima de coisas que de fato não sejam Espiritismo, para não destruirmos os ideais de tantos valorosos trabalhadores pela doutrina, para não multiplicarmos a antipática intolerância que tem afastado tanta gente dos nossos centros, cada vez mais carentes de trabalhadores.

Unamo-nos neste momento fantástico que a Rede Globo está dando tanta força para o Espiritismo, com suas novelas, para uma considerável mudança cultural em nosso País, que certamente terá brilhantes conseqüências de ordem moral.

Carinhosamente.

Alamar Régis Carvalho
redevisao.net
ARQUIVO-
http://duplavista.com.br/arquivo/isto-nao-e-espiritismo-alamar-regis

Liberdade de Imprensa

Liberdade de Imprensa
Texto em homenagem ao Dia da Liberdade de Imprensa
(7 de junho)





Marcelo Henrique pereira.


Assessor Administrativo da ABRADE.
Advogado, auditor fiscal.
Mestre em ciência jurídica e doutorando em direito.
harmonia@floripa.com.br


O espírito é um ser livre.

Tem como característica essencial o livre-arbítrio, ou seja, o direito de livremente escolher suas opções. Isto no mundo físico e no mundo espiritual.

A baliza que limita suas ações é o conjunto de Leis Universais que são imutáveis e aplicáveis a todos os mundos habitados.

Não há criação sem liberdade, pois as amarras conceituais ou fatuais, injustificadas, limitam o potencial criativo do ser e, portanto, alteram sua constituição e finalidade originárias.
Dentro do espectro da liberdade, há, no plano inicial, a liberdade de pensamento, considerada pelos Espíritos Superiores que assistiram à Codificação, como “[...] uma liberdade sem limites, porque o pensamento não conhece entraves” (item 833, de O livro dos espíritos). Assim sendo, no recôndito do Ser, por meio de suas faculdades cognitivas, é impossível restringir seu pensamento – expressão maior de sua individualidade.


Em nosso planeta, considerando o curso evolutivo de indivíduos e povos, na vigência de distintos regimes políticos e formas de governo, encontramos exemplos pontuais de ações públicas impeditivas da livre manifestação do pensamento – oral ou escrito.

Nos chamados regimes de exceção, muitos indivíduos por expressarem idéias contrárias ou oponentes às cultuadas por governantes e representantes político-institucion ais foram silenciados, presos, condenados, sendo que muitos pagaram seus erros com suas próprias vidas.
Aqui mesmo no Brasil, em um desses momentos, viveu-se um período de maior constrição à liberdade das idéias, no Governo Militar (1964-1985). Neste cenário, foi editada a lei de imprensa [1], um instrumento de coerção e vigilância dos órgãos comunicativos, na esteira da doutrina de exceção imposta pelo regime.

Recentemente [2], contudo, este instrumento foi derrogado, já que o vício de origem – instituição como forma de repressão e controle de jornalistas, escritores e órgãos de mídia – era invocado como razão de nulidade.


A liberdade de imprensa é considerada pelos juristas um basilar princípio dos Estados democráticos e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu art. 19, as liberdades de expressão e de imprensa são coligadas e devem ser garantidas em termos de seu exercício por pessoas e povos.


Liberdade de imprensa está diretamente associada à liberdade de informação, pois todos devem saber e conhecer, com detalhes e veracidade de dados, aquilo que seja público e/ou relativo a seus interesses individuais e/ou associativos.

Em termos de movimento espírita, não existem órgãos censores, delimitadores da forma de expressão em termos de conhecimento e opinião espírita, havendo, tão-somente, órgãos associativos – de pessoas e de instituições – a quem compete organizar atividades, propor ações e discutir questões que digam respeito tanto aos interesses internos quanto à presença e atuação dos espíritas na Sociedade.

Nenhum órgão, por maior ou mais importante que seja, local, nacional ou internacional tem poderes para definir “o que é” e “o que não é” Espiritismo, já que as balizas definidoras estão contidas na Codificação – e somente nesta.


Como os Espíritos e os Mundos estão em marcha ascendente, que novas verdades (informações espirituais) surgem, tanto em face do intercâmbio mediúnico como em função do trabalho de pesquisa, estudo e aplicação das máximas espíritas à vida material.
O progresso científico, por sua vez, como bem atestado por Allan Kardec, pode interferir nas informações espíritas originárias, se o Espiritismo não evoluir convenientemente.

Isso não significa, entretanto, que devamos aderir às idéias contidas em teses científicas ou, mesmo, em páginas psicografadas, sem a segurança da comprovação material, no primeiro, e a demonstração de sua validade e concordância com a lógica espírita (Codificação), no segundo.

Muita cautela é necessária para não enveredarmos por caminhos que possam levar à ridicularizaçã o e à nulidade de idéias professadas por instituições ou pelo movimento espírita.

Focando a imprensa espírita, percebe-se que há muito pouca liberdade de expressão, em termos de criatividade. A grande maioria dos periódicos impressos se limita à reprodução de textos de Kardec ou páginas psicografadas por médiuns (mais ou menos conhecidos, conforme o caso).

Poucos são os veículos que se dedicam ao “novo”, isto é, à construção de novas teses e ao exercício do livre exame sobre todas as coisas, matéria, alías, pertinente e preferencial da Filosofia Espírita, justamente pela possibilidade e viabilidade de construção do pensamento humano-espiritual, abordando questões que, ao tempo de Kardec, não foram abordadas por absoluta impertinência, inexistência ou desnecessidade.


Há, felizmente, exceções. E, como contributivo desta necessidade de atualização do pensamento espírita, figuram páginas eletrônicas (sites e blogs) que fomentam a discussão produtiva e positiva das idéias, que secundam as publicações impressas sérias e dedicadas no afã de construção constante das idéias espíritas e sua disseminação na Sociedade.

Se você conhece periódicos e endereços virtuais que valorizam a liberdade de informação, de expressão e de imprensa, dissemine-os, apóie-os, financie-os (se possível). É de fundamental importância que os espíritas exerçam, na prática e cotidianamente, o maior de todos os direitos humanos: pensar livremente e discutir com o(s) outro(s) suas idéias.



Notas:
[1] Lei Federal n. 5.250, de 9 de fevereiro de 1967.
[2] Decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 30 de abril de 2009.


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terça-feira, 2 de junho de 2009

A DEFESA DA INTERPRETAÇÃO.


O DISCURSO DA AMBIGUIDADE OU
A DEFESA DA INTERPRETAÇÃO



Wilson Garcia


“Não nos esqueçamos de que devemos preservar os valores da Doutrina Espírita acima de quaisquer interesses mundanos de proselitismo, de arrastamento, conforme os herdamos de Allan Kardec e dos Mensageiros que o conduziram na elaboração da Codificação, a herança que deve permanecer inviolável através dos séculos”.

“Por isso, o Espiritismo cristão é aquele que poderá levar a mensagem da revelação divina a todos os povos e a todas as crenças, sem perder as suas características e sem fragmentar-se para atender a imposições nacionais ou a diretrizes de guias localizados.”

Os dois tópicos acima foram retirados de citações constantes no editorial do jornal Mundo Espírita, publicação institucional da Federação Espírita do Estado do Paraná cujo texto integral foi distribuído pela Internet.

São atribuídos a Bezerra de Menezes e à psicografia de Divaldo Pereira Franco.


Com base neles e no editorial referido, vamos verificar que a análise dos discursos, sob um enfoque pragmático, costuma revelar aspectos interessantes que uma simples leitura muitas vezes oculta.

Comecemos indicando o seguinte:

no referido editorial, o autor procura expressar sua condenação ao fato de a FEB haver apoiado o Encoesp, evento patrocinado pela USE de São Paulo e realizado no Centro de Convenções do Anhembi, em janeiro último.

Ao condenar o apoio, apresenta como justificativa o fato de que a FEB não podia dá-lo sem contrariar o CFN (Conselho Federativo Nacional), que, dois meses antes, se manifestara contra qualquer atitude que pudesse pôr em risco uma possível unidade em torno da doutrina espírita:


“refutou-se, com veemência, a lastimável e prejudicial idéia da “unificação com indulgência”, segundo o próprio editorialista.
O Encoesp, portanto, representa na prática a “unificação com indulgência”.

Mas o ponto crucial do Encoesp surge a seguir no discurso, na construção desta frase:

“ao dar as mãos à CEPA no I Encoesp, [a FEB] tumultuou e desautorizou as ações visando impedir o avanço do denominado “espiritismo laico”.


Ou seja, o evento do Anhembi atingiu sua culminância mais negativa ao abrir espaço para a CEPA e permitir que a FEB, avalizando o evento e se apresentando por representação lá, contribuiu para o “avanço do espiritismo laico”.


Este aspecto fica reforçado na sequência da frase, quando se relembra que a Federação Espírita do Rio Grande do Sul vem diligenciando ações contra esse avanço “muito judiciosamente”.

Deixemos por ora o editorial e busquemos alguns fatos alhures, importantes à compreensão do discurso.


A USE, mentora do Encoesp, havia sido alvo de acusações pesadas em virtude desse evento mas, também, por conta de um projeto colocado em prática, voltado a reunir as diversas instituições no Estado de São Paulo para planejar e executar ações conjuntas de divulgação do Espiritismo.


A CEPA se encontrava entre essas instituições,ao lado de outras como Aliança Espírita Evangélica, Associação Médico Espírita etc.


A Federação Espírita do Estado de São Paulo fora também convidada, mas recusou-se a participar graças à sua disputa por hegemonia com a própria USE.


O Encoesp surgiu a partir da oportunidade de usar o espaço do Anhembi, que foi oferecido pelo Governo em fim de mandato do prefeito Celso Pitta.


Ao estruturar em pouco tempo o Encoesp, a USE viu nas entidades participantes da reunião referida anteriormente uma forma de viabilização do evento. Logo, a CEPA não poderia estar ausente.

Constate-se ainda o seguinte: o projeto de reunião dessas entidades resultou em uma declaração de guerra do Instituto de Educação Espírita à USE.


Este, que, dois anos antes, havia cedido todo o seu edifício à USE por 15 anos, via assinatura de um contrato de aluguel bastante complexo, sentiuse no direito de cobrar da USE o seu comportamento, sob a alegação de que a reunião daquelas entidades no seu espaço significava a descaracterização do uso do espaço, permitido somente para instituições

“genuinamente espíritas”.


Em termos claros, o Instituto acusava a USE de um procedimento antidoutrinário.
Embora estivesse pagando aluguel ao Instituto e, portanto, gozasse do direito de utilizar o prédio a seu critério, a USE decidiu entregar o imóvel e assumir elevados prejuízos financeiros, para não se ver tolhida em seus movimentos.

Por outro lado, o Encoesp também gerou pesadas críticas à USE, vindas de parcelas do movimento espírita paulista sob a inspiração do recentemente falecido Dr. Ary Lex

(ele próprio havia fornecido ao Instituto a mesma inspiração para a discordância anteriormente citada, como membro do seu Conselho Deliberativo).

Feitas essas considerações, retornemos ao discurso do editorial para analisar a sua ambiguidade.
O editorialista argumenta que a falha da FEB foi emprestar apoio ao evento e com isso envolver todo o movimento espírita que ela representa:

“a FEB, ao dar apoio integral ao evento, não levou em conta que a sua atitude não dizia respeito somente a ela, como instituição, mas a todos aqueles Estados que ela diz representar, e que, assim agindo, submeteu todos ao juízo do Movimento Espírita, como se todos fossem concordes com o modelo de unificação então praticado pela USE, já sob a chancela da FEB e, em maior dissonância, do CEI”.


Assim, o comportamento da FEB é tomado como prejudicial ao movimento, reconhecendo-se, portanto, que ela o representa como instância maior.

Desta maneira, e por extensão, é de se crer que a FEB seja a representante legítima do movimento em qualquer cometimento e não apenas neste fato isolado.

O ambíguo é exatamente isso: por que o Encoesp se apresenta como a razão de uma condenação e não outros tantos acontecimentos, capitaneados pela FEB, realizados sob sua inspiração ou coordenação direta?

Neste caso, a ideologia dos Quatro Evangelhos, de Roustaing, assumida publicamente pela FEB, por coerência, deveria despertar o mesmo questionamento uma vez que ao adotar aquela ideologia a instituição o insere no espaço do CFN, onde estão todas as demais instituições federativas aceitas.


O questionamento só não teria sentido se as federativas, entre elas a própria paranaense, estivessem de acordo com aquela ideologia, assumindo-a como sendo oficial do movimento como um todo.

Não é o que ocorre, sabidamente, mesmo no espaço da Federação do Paraná ou até mesmo na Federação do Rio Grande do Sul, à qual a instituição paranaense se alinha no particular do Encoesp.

A ambiguidade, por outro lado, oportuniza a constatação do dilema da submissão do CFN à FEB. De um ponto de vista legal, o CFN não é uma entidade jurídica e sua identidade está de direito e de fato submetida à identidade maior da FEB.


Os termos jurídicos permitem à FEB agir com liberdade e autonomia, a seu talante, em qualquer ocasião.


Quando ela é apontada como legitimadora do CFN - no caso específico do Encoesp ou em outro- ela o é por todos os fatos e não apenas por uma circunstância ocasional.
Mesmo quando se consensa eventualmente no espaço do CFN que este possui liberdade agir,
este consenso não se expressa de fato e sequer se conhece qualquer documento em que este direito esteja explicitado de modo a igualar a FEB às demais federativas.

O título auto-assumido de Casa Máter do Espiritismo brasileiro até aqui incontestado não simboliza simplesmente um fator histórico - o de que a FEB foi a inspiradora de grande parte das federativas existentes e representa a mais antiga instituição espírita no país - mas é aceito no sentido piramidal da estrutura do movimento: ela se coloca no vértice mais alto e é assim aceita.


A sua legitimidade, portanto, não é apenas jurídica mas resultante do consenso implícito ou explícito que se materializa na prática.

Assim, a acusação do editorialista surge mais por conta do dilema - e, neste caso, a acusação deve ser vista como questionamento da estrutura de poder. E parte do seu interior, embora esteja sendo feito fora do espaço do CFN. Mas também aí estimulante e altamente elogiável porque implica a todos os espíritas, legitimando a sua participação no debate por si mesmo salutar.

O outro aspecto dessa nossa análise fica por conta da interpretação dada aos textos em epígrafe. Há neles dois pontos que merecem estudo: o que refere à

“preservação dos valores da doutrina espírita”

e o que aponta para a “fragmentação” que vai resultar do atendimento aos interesses localizados. O discurso utiliza as citações segundo um método bastante difundido nos meios espíritas, qual seja o de validar interpretações.

No caso em foco, a psicografia divaldiana é inserida para reforçar o fato de que ações como a do Encoesp, que trazem em seu bojo o suposto perigo do laicismo cepeano (este tido como uma espécie de demônio a ser combatido) são a confissão explícita da não preservação dos valores doutrinários e permitem a fragmentação do conteúdo filosófico do Espiritismo. Em razão disso, o comportamento da FEB merece reprovação veemente.

A questão, contudo, assume outros contornos quando se analisa os excertos psicografados sob o ângulo da sua validade objetiva.
Aí se verifica que não sobra sustentação ao editorialista, uma vez que a interpretação é forçada na direção do atendimento àquilo que ele entende por preservação dos valores e por fragmentação doutrinária.


A rigor, esses valores e esta fragmentação não estão em jogo e são meros instrumentos formais que o autor buscou para alcançar certas metas. Mesmo quando se permite pensar a preservação dos valores a partir do contexto em que a doutrina é praticada, também aí a questão fica submetida ao entendimento pessoal do autor, uma vez que aquilo que ele aponta como valor não está explícito senão em sua mente, o que, em suma, não significa o mesmo para outros indivíduos.

Tanto mais difícil ficaria pensar em preservação e meios de evitar a fragmentação se deslocarmos nosso foco para os textos considerados kardecistas, os quais se encontram nas obras assinadas pelo Codificador, porque a relação interacionista entre desiguais - CEPA, FEB, USE, Aliança etc. - não é nem suficiente nem bom argumento para justificá-las.

Vamos além: é absolutamente impossível pensar nas práticas sem considerar os desiguais,
uma vez que as práticas não têm absoluta condição de preservação de valores originais porque são recriadas a partir da cultura de cada indivíduo ou grupo.


Historicamente, este fato é muito visível.

A idéia, portanto, que nos parece prevalecente é a do poder que está
em jogo, mas pode-se também pensar em ações coordenadas para impedir
que determinados grupos sejam aceitos a partir de preconceitos existentes
na parcela reclamante.


Sabe-se claramente que o preconceito tem sua própria
ética. Mas isso é outra questão.

Artigo publicado no jornal OPINIÃO, de julho/2001


segunda-feira, 1 de junho de 2009

Revista ISTO É

Revista ISTO É
Mensagem para você .

Como as pessoas que crêem na comunicação com os mortos transformaram suas vidas a partir de cartas psicografadas.

Por Suzane Frutuoso - cartas@istoe.com.br
Os resíduos brancos do sal marinho ainda estavam nos cabelos longos, lisos e escuros de Jeison quando sua mãe, a dentista Maria do Rosário Sosa, 58 anos, encontrou seu corpo.
Filho único, o rapaz morreu afogado aos 15 anos, enquanto surfava na praia gaúcha de Capão da Canoa, em 1993.

"Era como se tivéssemos morrido juntos. Passei um ano chorando", diz Rosário. Na tentativa de digerir o sofrimento intenso, ela e o marido, Jakson, 57 anos, deixaram Porto Alegre, onde moravam, para recomeçar a vida em São Paulo.

Na capital paulista, por meio de familiares, conheceram o espiritismo.
Quem visitou primeiro um centro foi Jakson. Ao contar sua perda, uma das voluntárias do lugar disse a ele que o espírito de um rapaz, com as mesmas descrições da história de seu filho, já deixara uma mensagem a um médium.
"Eu sou um surfista que partiu nos mares do Rio Grande do Sul", teria dito.
Dali em diante, detalhes como "a prancha amarela com adesivo de guitarra" batiam com o caso de Jeison.
Sem conhecer nada da doutrina, o empresário ficou em choque.
Semanas depois, junto com a esposa (eram católicos não-praticantes), passou a frequentar a casa e receber cartas de Jeison - que hoje somam mais de 100.
"A prancha na qual parti retorno no mesmo embalo trazendo comigo os beijos que lhe dou com um estalo", dizia uma das primeiras mensagens do jovem.

"Ele sempre repetia 'mãe, um beijo com um estalo para você'", lembra Rosário, emocionada.
A perda de uma pessoa amada é uma das maiores tristezas que alguém pode viver.
Rosário e Jakson só retornaram à alegria quando passaram a ter convicção de que o filho está bem, presente como sempre, e que, como depois de uma longa viagem, será possível reencontrá-lo.
E, segundo o casal, quem garante tudo isso é ele mesmo, por meio de uma carta.

Essa paz era o que faltava para se reerguerem e buscarem ser pessoas melhores a cada dia como gratidão pela bênção de ter notícias do rapaz. A psicografia tem esse poder. Para muitos, o fenômeno em que médiuns transcreveriam mensagens enviadas por espíritos (leia quadro) prova que a vida não acaba com a morte física.
Numa nação em que 20 milhões se consideram simpatizantes do espiritismo e 2,3 milhões declaram seguir a doutrina fundada pelo francês Allan Kardec, as mensagens psicografadas chegam às mãos de milhares de crentes - ou não - todos os dias nos 12 mil centros espalhados pelo País, segundo dados da Federação Espírita Brasileira.

Mensagens psicografadas já serviram até como prova em processos judiciais. O caso mais recente aconteceu em Viamão, no Rio Grande do Sul, em 2006. Iara Barcelos, acusada pelo assassinato do amante, Ercy Cardoso, foi absolvida pelo júri depois que a defesa apresentou uma carta psicografada por um médium que teria sido enviada pelo espírito de Ercy. Iara não quis falar sobre o caso.

O advogado dela, Lúcio de Constantino, disse que a carta foi uma prova relativa, que "somada às outras firma o contexto probatório". Valter da Ros a Borges, exprocurador de Justiça em Pernambuco (e um dos pioneiros no Brasil da parapsicologia, estudo dos fenômenos incomuns da mente humana), diz ser possível aceitar a carta psicografada como prova com base no Artigo 332 do Código Civil: "Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos.

" E no Artigo 157: "O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova." Mas o especialista alerta que uma psicografia só pode ser válida em um processo "se reforçar outras provas ou trouxer um fato novo."
No Brasil, há outros três casos de homicídio em que a decisão judicial se fundamentou em comunicações mediúnicas psicografadas por Chico Xavier.

Foram absolvidos José Divino Gomes, em Goiás, em 1976; José Francisco Marcondes de Deus, em Mato Grosso do Sul, em 1980; e Aparecido Andrade Branco, no Paraná, em 1982.
Durante 13 anos, entre as décadas de 70 e 80, o criminólogo Carlos Augusto Perandréa pesquisou mensagens psicografadas por meio da grafoscopia, técnica que estuda a grafia usada em perícias, na avaliação de assinaturas de bancos e no Judiciário.
O resultado indicou que as assinaturas nos textos psicografados eram idênticas a das pessoas que morreram. A parapsicóloga forense americana Sally Headding, que se tornou conhecida do público pelo programa Investigadores psíquicos, do canal a cabo Discovery Channel, afirmou à ISTOÉ que é preciso cuidado ao buscar soluções na psicografia.

"Charlatões que anunciam ter dons especiais e usam isso para manipular pessoas sensibilizadas estão espalhados por todo lugar", diz ela.
A literatura psicografada também é um fenômeno - de vendas. O segmento de livros espíritas é um dos que mais crescem anualmente na área editorial. De acordo com a Associação das Editoras, Distribuidoras e Divulgadoras do Livro Espírita (Adeler), em 2008 o aumento registrado foi de 15%, com dez milhões de exemplares vendidos e mais de dez mil títulos.



As obras campeãs foram Nosso lar, de Chico Xavier, Vencendo o passado e Onde está Tereza, ambas de Zibia Gasparetto. Com os livros a psicografia ganhou visibilidade. Chico se tornou referência a partir da década de 70, tanto com as cartas psicografadas que redigia em Uberaba, Minas Gerais, para pessoas de todas as religiões e cantos do Brasil que faziam fila na porta de sua casa, quanto com a literatura espírita.


Já os livros de Zibia, com um marketing eficiente, se tornaram presença garantida na lista dos mais vendidos de temas em geral.
A crença nas mensagens do além se fortalece pela riqueza de detalhes sobre a convivência da pessoa com seus familiares ou sobre o momento da morte, revelações, afirmam os envolvidos, que o médium não teria como saber se alguém não lhe contasse.

Uma carta psicografada foi a única coisa que trouxe a empresária paulistana Ivani Tereza Cury, 60 anos, de volta à vida.
Em 1989, seu filho Emerson, 17 anos, levou um tiro quando estava num carro com amigos. Cansado de estudar, quis sair um pouco para espairecer um dia antes do vestibular para engenharia











O motorista do carro ao lado do que estava Emerson não gostou de pedir passagem e não ser atendido. No semáforo, desceu do carro e atirou aleatoriamente no veículo. O rapaz permaneceu cinco dias em coma, até morrer. "Fiquei revoltada.

É uma dor tão forte", lembra Ivani.
Amigos lhe deram livros de Chico Xavier e a levaram para assistir a palestras sobre espiritismo. Até que, meses depois, recebeu o primeiro recado do filho. "Em outras vidas fui ruim e tive que passar por isso", dizia a mensagem. No espiritismo, acreditase que pagamos hoje por erros de vidas passadas.
"Foi difícil aceitar. Mas, quando Emerson passou a dar detalhes de acontecimentos da nossa família, não tive mais dúvida", diz. A primeira vez que Ivani teve certeza foi numa manhã na qual, sentindo uma mistura de saudade e raiva, começou a gritar no quarto dizendo que Deus ficara de braços cruzados permitindo a morte de seu filho.

De tarde, ao chegar ao centro espírita, havia uma mensagem para ela: "Mãe, Deus não estava de braços cruzados", dizia.

MEU AMOR CUIDE DE NOSSAS PÉROLAS.
A autoconfiança que a mulher, Suzana, teve em vida o catarinense Edson Coelho Gaspar - espírita há 20 anos - reconhece nas palavras das mensagens que o espírito dela envia por meio da psicografia. Morta em setembro após um atropelamento, aos 44 anos, Suzana procura confortar o marido nas cartas, indicando que o tempo diminuirá a dor e que as filhas de 10 e 7 anos precisam dele. Ela enviou um acróstico (texto em que a primeira letra de cada frase forma uma palavra), hábito que tinha desde a adolescência, com as iniciais do nome do marido. É a carta a seguir.

A primeira parte indica que a mãe de Edson, também já falecida, estava perto de Suzana. "Ermínia chega e abraça / Dson (seu filho adorado). / Somos duas que dizemos / o quanto o temos amado. / Nunca te abandonaremos. /Como tudo está difícil / o importante é seguir. / Então, meu amor, prossegue. / Lutas, conquistas por vir. / Humildade e alegria./ O mais virá no porvir.


/ Gostar é pouco pra nós. / Amor é que nos enlaça. / Sabes que sempre estarei / para o que der e vier. /Amor, as nossas princesas / risos e amor."

Depois disso, Ivani deixou de ser uma católica não-praticante e mergulhou no espiritismo. Hoje, ela também acredita que Emerson interveio no sequestro relâmpago da irmã Roberta Cury, 35 anos, em 2003.

No carro com o filho de três anos, ela chorava pedindo ao sequestrador que não lhe fizesse nada, pois sua mãe já perdera um filho e não aguentaria novamente essa dor. "De repente, ele parou o carro e disse que, pelo meu irmão que estava no céu, me deixaria ir embora sem levar nada", conta Roberta.

Em 25 de novembro de 2008, o espírito de Emerson mostrou à família como agiu: "Peço licença para a aventura-desventura da Roberta no sequestro relâmpago (...) dando uma de anjo da guarda para a mana", dizia a mensagem.
A psicografia alcançou tamanha popularidade graças às respostas que dá, mesmo subjetivas, devolvendo esperanças a quem perdeu uma pessoa querida.
A reportagem de ISTOÉ presenciou uma sessão, em São Paulo, conduzida por Marilusa Moreira Vasconcellos, uma das médiuns de psicografia mais respeitadas no espiritismo.

Enquanto ela recebia as mensagens em uma sala fechada (há também demonstrações em público, mas depende do dia e do lugar), 13 pessoas participavam de uma palestra sobre a doutrina e oravam. Elas aguardavam o contato de filhos, esposas, mães que partiram.

Cerca de uma hora e meia depois, Marilusa retornou, chamando as pessoas pelo nome. Não há como não se emocionar. Valquiria (ela não quis revelar o nome todo) tremia e chorava ao ler as palavras que teriam sido ditadas pelo espírito do marido, Jocimar, morto seis meses atrás.

"Te amo mais do que demonstrei", foi a frase apontada na carta por Valquiria, que teve de ser amparada por uma amiga para ir embora. Rosana Elias sorria e enxugava as lágrimas, enquanto lia a carta da mãe, morta há dois anos, após uma cirurgia no coração.

"Ela era minha grande companheira. É difícil, mas as cartas ajudam", conta Rosana. Desde o falecimento da mãe, ela corre centros espíritas na busca de mais um contato. Para Rosimeire Galiazzi, saber que a filha Bianca, morta aos 17 anos de meningite, está bem em outro lugar "alivia a saudade".

Para especialistas, a verdade da psicografia é baseada na fé. "A pessoa está sensível e baixa a guarda quando recebe uma mensagem dessas. A credibilidade de quem envia também é fundamental", afirma o psicólogo Antonio Carlos Amador Pereira, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). “Mas não entro no mérito se existe ou não”.

“O que importa é quem recebe a mensagem acreditar para se sentir confortado.” Na opinião do pesquisador Valter da Rosa Borges, a psicografia é uma manifestação psíquica que acontece por telepatia, cujo conteúdo se origina do inconsciente da outra pessoa, o qual o médium seria capaz de alcançar.
"Procedimentos psicoterapêuticos convencionais podem resgatar a pessoa da dor. A fé, porém, fornece segurança e sentido existencial", diz Borges.
Quem perde um ente querido e o reencontra por intermédio de mensagens, costuma passar por intensas transformações. "A certeza da sobrevivência após a morte mobiliza as pessoas a algum tipo de mudança, levando a uma atuação diferente ou à maior amplitude de visão do mundo", afirma a médium Marilusa.
"Daí a nascerem obras assistenciais é imediato." Ivani, mãe de Emerson, diz que o egoísmo de se preocupar apenas com os problemas dela deu lugar à generosidade e, hoje, ela se dedica ao trabalho voluntário com gestantes e mães carentes num lar espírita. Rosário, mãe de Jeison, afirma que seus valores mudaram.

"Antes, a segurança financeira era fundamental. Mas me senti pequena em pensar assim depois da partida do meu filho. Ajudar é o que me interessa, não ter o carro do ano", diz.
A caridade é um ponto central do espiritismo e, segundo especialistas, as pessoas acabam considerando um pedido da pessoa que partiu ainda mais urgente. Jakson, engenheiro e físico até então cético, afirma que o espírito do filho Jeison demonstrava preocupação com as crianças - assim como quando estava vivo - tanto nas cartas quanto na comunicação que os dois iniciaram. "Anoto ideias nunca imaginadas que ele me envia por pensamento. Não ouço sua voz, mas sinto suas palavras", garante Jakson.

Numa dessas inspirações, Jeison teria dito ao pai: "Por que não fazer um instituto para ajudar crianças?" Ele levou adiante a proposta. Em 1996, surgia a ata de fundação do Instituto Jeison da Criança, com sede no Jardim Novo Santo Amaro, bairro carente de São Paulo, que realizou 1.790 atendimentos odontológicos em 2008 e distribuiu cestas básicas para famílias cadastradas. Rosário trabalha lá como dentista, enquanto Jakson cuida da administração.
A despesa mensal de cerca de R$ 10 mil fica por conta do casal. O próximo passo é abrir uma sala para aulas de computação no local. Logo após a fundação do instituto, Jeison disse em uma carta: "Vocês estão tecendo o caudal de luz para as crianças minhas amigas.

" As palavras rebuscadas de Jeison são explicadas pelo espiritismo, para o qual continuar estudando faz parte da evolução. Rosário diz ainda que Jeison sempre mostrou interesse por poesias e seu vocabulário era mais rico do que o da maioria dos adolescentes.
Segundo a doutrina espírita, o desencarnado (como são chamadas as pessoas que morreram) pode levar dias ou anos para se comunicar. Com o contato rápido do espírito da mulher, Suzana, o professor de dança de salão catarinense Edson Coelho Gaspar, 45 anos, viu seu sofrimento aliviado e assim pôde recuperar forças, voltar ao trabalho e cuidar das filhas de 10 e 7 anos.
"Edson, meu amor, obrigada pela luz que deste. Nossas pérolas precisam de você. Não se entregue agora. Saudade sim, tristeza não", dizia a primeira mensagem de Suzana para o marido, que chegou apenas quatro dias após sua morte. Ela morreu em decorrência de um atropelamento em setembro do ano passado.

Espírita há mais de 20 anos, Edson diz que a comunicação por meio da psicografia dá a sensação de que a pessoa amada está apenas longe, mandando notícias. "É como se fosse uma grande viagem", afirma o professor.
"Mas é uma lapidação dura do espírito para nossa evolução." Quando lê as cartas de Suzana para as filhas, as meninas sorriem.

Aos que recebem uma carta de alguém querido a quem não podem mais tocar, beijar e abraçar, letras, assinaturas e até o conteúdo acabam não importando tanto. Mesmo sem uma indicação forte que demonstrasse realmente ser a filha Bianca nas palavras que a mensagem trazia, Rosemeire - um das pessoas presentes na sessão de psicografia da médium Marilusa - não tinha dúvida.
"É ela aqui", dizia, enquanto segurava a carta, a qual olhava com o carinho com que só uma mãe pode olhar um filho. Uma alegria que resulta em serenidade, compreendida apenas por quem sente uma saudade que ultrapassa a eternidade.


PESQUISA-ADAPTAÇÃO E MONTAGEM
Tio Ada.